O rio, o gado e o sertão: a gênese pernambucana do Extremo Oeste Baiano
Nathan Belcavello de Oliveira
Resumo:
Ao contrário do que contemporaneamente vislumbramos de fronteiras entre as Unidades Federadas brasileiras no mapa político do país, a origem primeira do que hoje se denomina Extremo Oeste Baiano (mesorregião traçada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na Bahia), juntamente com a porção do território do Estado que se estende até a margem esquerda do rio São Francisco (vide mapa 1), está conectada à lógica da ocupação do território concebida a partir de Olinda e Recife até quase o fim do primeiro quartel do século XIX.
Vinculado a uma concessão dada sem a real dimensão territorial que a abrangeria, uma vez que não se tinha perspectiva correta do curso que o rio São Francisco percorria desde sua nascente; nem, muito menos, do factível limite acordado entre as Coroas portuguesa e espanhola, dada a falta de tecnologia à época para se posicionar o meridiano descrito no Tratado de Tordesilhas (BRANDÃO, 1995); o então denominado Sertão Pernambucano foi ocupado a partir do rio São Francisco e pela expansão da criação extensiva de gado. Ocupação esta realizada com sangue e penar nativo e dos “pernambucanos” e “baianos”, tanto europeus quanto africanos, que se aventuravam em terras tão inóspitas e hostis.
Tentando decifrar as agruras e desafios que levaram à ocupação do território em que hoje se encontra os limites mais ocidentais da fronteira agrícola da moderna produção de grãos se converte o objetivo deste trabalho, procurando a compreensão da atual dinâmica espacial e seus nexos, aparentemente inexistentes, com este passado remoto e, muitas vezes, feito por se esquecer. Palavras-chave: Rio São Francisco; Gado; Sertão; Comarca do São Francisco; Extremo Oeste Baiano.
Citação:
OLIVEIRA, Nathan Belcavello de. O rio, o gado e o sertão: a gênese pernambucana do Extremo Oeste Baiano. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPEGE, 10., 2013, Campinas. Anais do X Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia. Campinas: Anpege, 2013. p. 1-12. Disponível em: <https://www.belcavello.com.br/2013/10/oliveiraenanpegex.html>.